terça-feira, 24 de maio de 2016

Terça Geek: Bactérias, enzimas e brilho de telefone celular?

Olá, habitantes da Via Láctea!


Para aqueles que não sabem, o Rique aqui é biólogo e é bem fissurado na enzimologia (principalmente quando se trata de enzimas microbianas). E em uma das minhas leituras de artigos científicos, acabei encontrando um estudo que trata do uso de uma enzima bacteriana para a produção de luz nos visores de telefones celulares. Explico melhor.

Existem uns pequenos cristais conhecidos como pontos quânticos que podem tornar as telas de TV e aparelhos móveis mais nítidas e brilhantes, mas o processo de fabricação pode ser danoso para o meio ambiente. Dessa forma, alguns engenheiros químicos da Universidade de Lehigh em um estudo recente encontraram uma alternativa amigável para a natureza: alimentar uma enzima bacteriana com metal.


Bryan Berger descobriu a enzima (que segue em estudos proteômicos) quando estava estudando uma superbactéria que se espalhava pelas superfícies metálicas de um hospital da Pensilvânia: a Stenotrophomonas maltophila. O micróbio parecia estar consumindo cargas elétricas e eliminando blocos de partículas metálicas, os tais pontos quânticos descritos mais acima.

Ao iniciar os trabalhos com a bactéria, Berger teve bastante cuidados até que ele e seus colegas conseguissem isolar a enzima responsável por esta transformação química. Logo em seguida, ao testá-la, pôde ver que os frascos estavam cheios com o resultado: pequenos cristais capazes de gerar eletricidade e luz colorida. Sob a luz ultravioleta, eles brilham com cores extremamente vivas.
Em entrevista ao jornal da própria universidade, Berger afirmou que "Como engenheiro, esse é um trabalho extremamente empolgante, mas na qualidade de cientista médico, é muito assustador".

Para quem se sentiu interessado no assunto e quer dar uma lida por si mesmo, o título do trabalho é: Single-enzyme biomineralization of cadmium sulfide nanocrystals with controlled optical properties, publicado no dia 26 de abril de 2016 na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). 

E aí, amiguinh@s!?
Vamos produzir enzimas pra vender aí afora?
Espero que tenham gostado dessa publicação tão "miscigenada"!

Até mais e obrigado pelos peixes!
Beijo beijo, tchau tchau!

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