Olá,
habitantes da Via Láctea!
Hoje estou trazendo uma discussão sobre a
objetificação feminina nas histórias em quadrinho.
Certo... Quando falamos de objetificação do
corpo feminino estamos nos referindo à banalização da imagem da mulher,
ou seja: a aparência das mulheres importa mais do que todos os outros aspectos
que as definem enquanto indivíduos.
“A objetificação, termo cunhado no início
dos anos 70, consiste em analisar um indivíduo a nível de objeto, sem
considerar seu emocional ou psicológico.”
A objetificação está presente nos mais
diversos setores da sociedade. Um exemplo clássico é a forma como a mulher é
retratada em peças publicitárias. Em muitas campanhas, com destaque para as de
cerveja, mulheres são estereotipadas e hipersexualizadas. Em pesquisa
recente do Instituto Patrícia Galvão e Instituto Data Popular, 84% dos
respondentes concordam que o corpo da mulher é usado para a venda de produtos
nas propagandas de TV e 58% entendem que a mulher é representada como objeto
sexual nessas campanhas.
Em
dezembro de 1941 foi publicada a primeira história da Mulher Maravilha, um
dos personagens de quadrinhos de maior sucesso da história. Ela tinha força sobre-humana e uma
origem envolta em mistérios, em mais de um sentido. Nos
quadrinhos, a Mulher Maravilha vem de uma ilha onde mulheres vivem isoladas. Mas,
na vida real, a
origem da personagem envolve feminismo, amarração erótica e uma
relação a três. COMO ASSIM?
Então, na biografia mista de
Marston (criador da personagem) e da Mulher Maravilha, Jill reconta as
circunstâncias da criação dessa heroína. Defende
que ela é fruto do movimento feminista que explodiu nos Estados Unidos nas
décadas de 1910 e 1920. E diz que Marston não precisou procurar muito ao buscar
inspiração para criar a personagem, pois usou como referência as mulheres
com quem vivia, suas predileções sexuais e intelectuais. Outras referências da vida de
Marston são visíveis na personagem. Como Sadie, Diana era uma “amazona” – mas
uma amazona da mitologia grega. Como Olive, Diana usava braceletes – mas para
desviar balas. Marston queria transformar Diana em uma peça de propaganda e
educar os meninos para viver num novo mundo, com mulheres fortes.
Muitos
acadêmicos acreditavam no poder de influência dos quadrinhos sobre as crianças,
por isso, Marston achava que, ao escrever a Mulher Maravilha, prestava uma
contribuição importante ao feminismo. O psicólogo também acreditava
que, para sua contribuição funcionar, o sexo devia fazer parte da receita. Ele
pediu que a Mulher Maravilha fosse desenhada com base nas pin-ups que
Alberto Vargas publicava na revista masculina Esquire: esguias, com seios fartos e cabeleira vistosa.
Diana
vivia laçando adversários e sendo amarrada por eles em posições exóticas, com
cordas e correntes – ecos das preferências sexuais de Marston, adepto de
amarração erótica, ou bondage.
A
personagem era um tipo de cavalo de Troia: infiltrava-se nos lares americanos
em histórias menos violentas para ensinar às crianças que “o ideal de
superioridade masculina e o preconceito contra as mulheres”. Mas levava também
uma pitada de sensualidade. Talvez a propaganda feminista de Marston não tenha
bastado. E, como era de se esperar, “Super-heróis
são ótimos batendo em vilões, mas são péssimos lutando por igualdade.”
E na luta
por igualdade, temos muitas questões ainda não debatidas nas histórias em
quadrinhos e iremos discutir mais alguns tópicos importantes nas próximas
publicações.
Até mais e
obrigado pelos peixes!
Beijo
beijo, tchau tchau!!!
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